Em janeiro, o EDSERJ recebeu a certificação LEED Ouro por ser um edifício “verde”, ou seja, por continuamente manter a sua estrutura e operação voltadas para o meio ambiente. Esse cuidado, representou um salto qualitativo da certificação do edifício que em 2017 recebeu a certificação prata.

O EDSERJ foi o primeiro edifício público no Brasil a receber a certificação LEED, ED O&M (edifícios construídos – operação e manutenção). Processos de certificação como esse servem de orientadores para a escolha das iniciativas e dos recursos a serem aplicados aos temas disponíveis como gestão de capital humano, financeiro etc.

Relembre do que se trata a certificação LEED

A Certificação LEED é um sistema de classificação voluntário, adotado e reconhecido internacionalmente por edificações que pretendem atingir alto desempenho, desenvolvido pelo U.S. Green Building Council (USGBC). O sistema de certificação visa à eficiência energética e à redução do impacto ambiental de modo a alterar positivamente a maneira como prédios e as comunidades são projetados e construídos. No caso da certificação LEED EB O&M, operados e mantidos, permitindo um ambiente agradável e saudável, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos seus usuários.

No processo de certificação são observados aspectos relacionados a:

  • Desenvolvimento sustentável do terreno e do entorno
  • Economia de água, eficiência energética
  • Seleção de materiais e recursos
  • Qualidade ambiental em ambientes internos

O processo tem quatro etapas principais:

  • Estudo de viabilidade onde são avaliadas as condições atuais do prédio em relação aos requisitos da certificação
  • Implantação onde são realizados ajustes físicos, normativos ou operacionais para adequação aos requisitos
  • Período de performance onde é feito o monitoramento e documentação de todas as informações necessárias à comprovação dos pré-requisitos e créditos da certificação
  • Documentação – fase de montagem do dossiê com o material coletado durante as etapas anteriores

Início do processo em 2022

Em 2022, foi contratada a empresa OTEC, de São Paulo, para a consultoria da certificação (a mesma do processo anterior), para iniciarmos o processo de renovação da certificação. A meta era garantir a recertificação no nível anterior (prata), mas, com melhorias encaminhadas objetivando a elevação de nível em um eventual novo ciclo. Em função disso, considerando a experiência adquirida na certificação anterior, a discussão sobre cada requisito foi aprofundada.

Em relação aos fundamentos da certificação, podemos destacar alguns aspectos, mais ou menos visíveis aos usuários do prédio, mas que merecem ser conhecidos ou reforçados, pois contribuem decisivamente para fazer o EDSERJ um edifício de alta qualidade ambiental.

As mudanças no regime de trabalho e ocupação do prédio em função da pandemia impactaram no processo, fazendo com que o período de implantação e performance ocorressem simultaneamente. Por um lado, favoreceu a melhoria nos resultados relativos à eficiência energética, por outro tornou-se muito mais exaustivo, já que o que havia sido realizado em 15 meses, levou cerca de 08 meses nesse novo ciclo.

Características da estrutura, localização e sua ampla área verde também contribuíram para o resultado

A localização do prédio é privilegiada em termos de mobilidade, sendo atendido por praticamente todos os meios de transporte coletivos. Isso resulta em que cerca de 75% dos usuários do edifício se desloquem ao prédio em transportes considerados de baixo impacto. Um ponto a destacar é que quando são considerados apenas os empregados no BNDES, esse percentual cai para cerca de 50%, o que abre oportunidades de ações para incentivar o uso de transportes mais amigáveis do ponto de vista ambiental para esse segmento.  

O CEDSERJ segue fazendo a sua parte e em fevereiro, disponibilizará duas estações para carregamento de veículos elétricos.

Outra característica importante do edifício é a enorme área ajardinada. O que poucos se dão conta é que esse jardim que ocupa todo o terreno do EDSERJ, se trata de uma “cobertura verde” das áreas construídas do térreo e subsolos. O recurso, ainda hoje considerado vanguarda na arquitetura, embora subutilizado, já era uma realidade no nosso prédio na década de 80, quando foi construído.

A utilidade das áreas ajardinadas nas construções e na urbanização vão além do aspecto visual, de fauna e flora, cumprindo um papel fundamental na retenção de água das chuvas, evitando e/ou minimizando o risco de alagamentos.

No que se refere ao consumo de energia elétrica, além da continuidade da troca das lâmpadas fluorescentes por LED (atualmente mais de 90% já foram trocadas e não é mais permitida a aquisição de lâmpadas incandescentes ou fluorescentes, salvo em condições excepcionais), desativamos o sistema de iluminação de destaque da base (menos consumo e poluição luminosa) e adquirimos certificados de energia renovável relativos a energia elétrica consumida.

Os sistemas hidrossanitários também já eram considerados eficientes. Ainda assim, em fase de implantação o sistema de monitoramento eletrônico, que permitirá o monitoramento de alguns parâmetros, a fim de trazer soluções rápidas para evitar o desperdício de água.

Durante o processo, realizamos pesquisa entre os usuários a fim de avaliar a percepção sobre as condições do prédio e os serviços oferecidos e administrados pelo CEDSERJ com itens de insatisfação abaixo de 10%, o que nos dá uma leitura de que o condomínio está na direção certa.

Mudanças realizadas ao longo do ano garantem a eficiência nas ações ambientais

Concluímos o retrofit do sistema de captação de ar externo, duplicando a capacidade de insuflamento com ventiladores mais potentes e eficientes, consumindo menos energia. Além disso, instalamos equipamentos capazes de permitir a programação remota da distribuição do ar a ser insuflado em cada pavimento em função do número de ocupantes.

No processo de limpeza, substituímos os aspiradores antigos por certificados, com menor nível de ruído e filtragem bem como, alguns produtos de limpeza por outros com Rótulo Ecológico (Selo Verde) concedido pela ABNT, que atesta o desempenho ambiental do produto.

O CEDERJ mantém há anos uma gestão de resíduos reconhecida pela eficiência, mas vivenciamos uma busca contínua de melhorias para reduzir o impacto das nossas atividades.

Nesse ano, conseguimos viabilizar a destinação para compostagem dos resíduos orgânicos provenientes da manutenção dos enormes jardins do prédio e da área gradeada do Largo da Carioca (que o CEDSERJ mantém contrato de adoção com a Fundação Parques e Jardins) e desviamos de aterros sanitários cerca de 19 toneladas de resíduos.

AINDA HÁ MUITO O QUE FAZER!

Concluímos essa etapa pensando na próxima e, para isso, contamos com a colaboração e sensibilidade dos usuários do EDSERJ para essa temática, com o apoio das administrações dos condôminos, FAPES e em especial, o BNDES.

Sabemos que as instituições que realmente valorizam a pauta ambiental devem tratá-la em grande, média e micro escalas, sendo esta última a contribuição do CEDSERJ.

Estamos, continuamente, fazendo a nossa parte!